[ENGRENAGENS E MAIS ENGRENAGENS] ENTREVISTA EXCLUSIVA COM O AUTOR: JOSÉ ROBERTO VIEIRA (A.K.A BARÃO ZERO)





Não há ninguém melhor do que ele para conceder uma entrevista para nosso especial, Engrenagens e mais Engrenagens, o aclamado Barão Zero (José Roberto Vieira), que foi quem abriu as portas para o Steampunk, ao escrever o romance Baronato de Shoah, nas terras brasileiras.


José Roberto Vieira ─  Na verdade eu não optei pelo gênero. O início do Baronato de Shoah é engraçado: eu tinha a mania de escrever poemas para uma amiga (que no futuro se tornou namorada) e ela gostava bastante. Depois passei um tempo sem escrever e ela me pediu um poema.
Eu virei a noite tentando escrever o tal poema, mas só consegui escrever um conto sobre um soldado chegando a um vilarejo atacado por uma medusa. Na noite seguinte eu tentei de novo, saiu um conto sobre um soldado em um vilarejo abandonado, que se descobre rodeado por fantasmas. Da união destes dois contos surgiu o embrião do Baronato de Shoah (aliás, estes contos ainda estão no livro, na forma de capítulos).
Quando eu descobri o que era Steampunk, o livro já estava quase terminado, mas eu adorei saber que o gênero era pouco difundido no Brasil e eu era um dos poucos que me atrevera a escrevê-lo.

José Roberto Vieira ─ Eu amadureci em A máquina do mundo.  Amadureci meu estilo de escrita, minhas descrições e diálogos. A história cresceu também, agora ela envolve outras regiões do mundo de Nordara, como as tribos dos homens-lobo do norte, Eliath, ou os “vampiros” de Latakia.
Se eu pudesse resumir o Baronato de Shoah:  A Máquina do Mundo, eu diria que ele é um livro de mudanças e revoluções. E ele também é o meu “O Império Contra-Ataca”.

José Roberto Vieira ─ Você já leu os livros de Dragonlance? Eu sou fortemente influenciado por eles quando estou escrevendo. Tenho cadernos, blocos de anotações, arquivos, com detalhes de “O Baronato de Shoah” que às vezes passam despercebidos pela maioria dos leitores.
Um exemplo disso é o conto “O Monge”, lançado pela Editora Draco na coletânea “Fantasias Urbanas” e como parte do “Contos do Dragão”. Este conto fala sobre Latig, a cidade atacada pela medusa em O Baronato de Shoah, mas o que eu fiz nele foi pegar alguns detalhes menores do livro principal e colocá-los em destaque em uma história curta. Além disso, eu insiro um novo fator cultural em Nordara, um samurai/ronin e brinco com a diferença cultural entre ele e uma juíza (uma nookam).
Meu projeto é esse, criar um cenário literário vivo e dinâmico onde o foco não seja, apenas a “saga principal”, mas onde o leitor saiba que em outras regiões também estão acontecendo coisas.
Eu passei os últimos meses trabalhando em contos, todos eles voltados para o universo de “O Baronato de Shoah”. A minha ideia sempre foi expandir o universo, criar redes de relacionamentos entre os reinos, os personagens e os conceitos, como acontece no mundo real.
Para isso eu estou trabalhando em um livro de crônicas que ainda não está muito bem definido. O título seria “Crônicas da Kabalah” e ele teria como ponto principal outros membros da elite militar, que até conhecem A Canção do Silêncio, mas estão ocupados demais com seus próprios problemas para interferir.
Meu foco também está no terceiro livro “O Baronato de Shoah: O Emissário do Norte”. Se eu tivesse de resumi-lo eu diria que é um livro de crescimentos, de individualidades e mágoas.
José Roberto Vieira ─ Sehn Hadjakkis, por que ele é inspirado em mim mesmo.
Mas, sendo sincero? Eu gosto mais do Kadriatus e da noção de dever dele.

José Roberto Vieira ─ O que eu espero de “O Baronato de Shoah” é que ele se firme como uma referência aos leitores brasileiros, algo do qual eles se orgulhem como sendo um material bem produzido, preocupado com eles e com suas emoções.  Tenho de admitir: eu sou ambicioso. Eu quero estar ao lado dos mais vendidos, quero ver fan-arts dos meus personagens, fan-fics se espalhando pelo Wattpad, RPGs, comics/mangás.

José Roberto Vieira ─ Lembra a história do poema lá na pergunta 1? Então foi isso.
O Baronato de Shoah nasceu de uma promessa de amor e amizade, se transformou por que esse amor também se transformou e hoje está mais forte, por que este amor está mais forte.

José Roberto Vieira ─ Eu tenho cinco inspirações inegáveis para o livro (além da namorada).
A primeira delas é “A Casta dos Metabarões” e “Incal”, uma das melhores séries em quadrinhos que eu já li na vida. A segunda é “Dragonlance”. A terceira seria o anime “Full Metal Brotherhood”, talvez, “Harry Potter”.
A quarta e a quinta inspirações estão sempre mudando, sabe? Star Wars me influenciou muito, assim como os discos da banda norueguesa “Therion”.
Eu acredito que escritores estão sempre mudando suas referências, buscando inspirações em tudo que é canto.
Mas eu tenho uma referência “sagrada”, preciso admitir. A série de jogos “Final Fantasy”. Pensando bem, não todos eles, só até ali o X ou o XII.

José Roberto Vieira ─  Minha família não tem muita noção do que eu faço ou da minha carreira de escritor. Meus amigos mais próximos também não são muito chegados em fantasia. Sobrou a imprensa (incluindo as Redes Sociais).
Eu achei muito interessante o fato de O Baronato de Shoah ter atraído a atenção das pessoas pouco antes de ser lançado. Ele esgotou no lançamento e eu recebi ótimas críticas depois disso.

José Roberto Vieira ─ No geral eu não me arrependo de nada, mas seria legar dar uma alterada em partes pequenas. Não sei, talvez aumentar a história em umas 50 páginas, colocar mais discussões e interações entre os membros da Canção do Silêncio.

José Roberto Vieira ─ Posso sim.
A máquina do mundo é o resultado das ações da Canção do Silêncio. Neste livro os personagens vão ser confrontados por um inimigo invisível, uma força muito maior que bem e mal, certo e errado. Os bnei shoah e os ggoyim farão escolhas que vão definir os rumos do Quinto Império e do modo como a Kabalah governa.

José Roberto Vieira ─ Eu espero que ele cresça, espero que o Brasil se torne referência em steampunk para o mundo, que nós sejamos produtores de conteúdo, e não apenas receptores.

Eu queria agradecer a vocês (bookólicos) pela oportunidade e pelo carinho! José Roberto Vieira



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